Um professor do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi eleito membro da Academia Brasileira de Ciências. O reconhecimento foi entregue a Gilson Zeni neste mês e é mais uma mostra da importância da universidade. Apesar da dedicação ao trabalho, o professor, que faz parte do departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da instituição, diz que ficou surpreso com a nomeação.
Eu tenho uma trajetória acadêmica curta. Essa nomeação geralmente é oferecida para professores mais experientes. Fiquei ainda mais feliz por ter meu trabalho reconhecido comenta o professor.
A Academia Brasileira de Ciências foi fundada em 1916 e reúne os maiores pesquisadores da área. Segundo o professor, o foco da instituição é o desenvolvimento científico do país, a interação entre os cientistas brasileiros e os pesquisadores de outros países. Por meio da votação dos atuais membros, novas pessoas são inseridas na academia, levando em conta o perfil profissional e os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores.
Desde 2004, Zeni coordena um grupo de pesquisa na UFSM que estuda a construção e síntese de novas moléculas de compostos orgânicos. Nesse estudo, constrói estruturas químicas e as aplica em composições farmacológicas. Segundo ele, é apenas um passo inicial para desenvolver os compostos.
O grupo já criou dois compostos que foram licenciados. Um deles é um fungicida para o tratamento da pitiose, doença que atinge cavalos, e outro é utilizado para o tratamento de intoxicações causadas por mercúrio. Segundo o professor, a área da pesquisa em química ainda precisa de incentivos.
Ideias, os profissionais têm, o que falta é investimento para aplicar os desejos científicos declara o professor.
Zeni foi aluno da UFSM. Em 1988, cursou Química Industrial e, em 1994, entrou para o mestrado. Tem doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado pela Iowa State University, dos Estados Unidos.